domingo, 8 de fevereiro de 2015

letras de outrora, retratos de uma construção humana...

Não basta parecer...
Não basta parecer que somos aquilo que gostávamos de ser e não somos...
Não basta sermos só a projecção do que seriamos se fossemos...
O discurso tem que bater certo com as atitudes. Os gestos devem acompanhar as palavras...
Podemos mudar o penteado, podemos mudar a roupa, podemos mudar de lugar, podemos ter tudo e não ser nada...
Não ser ninguém...
Escondidos atrás de uma máscara para nos sentirmos seguros...
No fundo não passamos de cobardes...

No fundo não passamos de um zombies...
Vivemos uma vida que não é a nossa porque somos inseguros demais para lutar pelas próprias vontades...
Preferimos viver uma ilusão, uma realidade paralela onde achamos que encaixamos...
Não vivemos a vida, deixamos a vida passar por nós...
Não corremos riscos porque nos achamos racional, quando a verdade é que preferimos não tentar acertar, não tentar viver, não tentar ser nós próprios...
É esta a racionalidade, deixar de ser...
Porque é feio chorar, é feio dizer, é feio sorrir, é feio sentir, é feio viver...
Por isso...
Eu, no passado, no presente e no futuro...
E hoje, hoje eu vou ser aquilo que pareço, tal como sempre eu vou parecer simplesmente...
Aquilo que sou...
Com lágrimas ou sorrisos, triste, mas parecendo...
Aquilo que sou!

Transparente mas verdadeiro.

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