domingo, 19 de maio de 2013

MUNDOS EM CIRCULOS

Continuando num caminho que mais parece um circulo, cá estou eu sempre dando retorno ao mesmo principio!
Caminhando num mundo que não é meu, e que cada vez mais eu tenho certezas disso, os meus pés voltam sempre a afundar-se no mesmo pântano.
Procurando por um mundo que só existe na minha mente quando ela divaga fora deste mesmo onde sobrevivo, envolto entre paredes com janelas bem altas suspensas entre paredes com espinhos penetrantes, paredes que eu até acabo por escalar e subir em tais Janelas ,para sobre elas me sentar.
Sentado no alto sinto o vento no rosto, por vezes com vontade de me estalelar de volta ao mesmo pântano, outras porem com vontade de me empurrar fora deste.   

Realmente a vida é uma coisa engraçada, por mais voltas que dês, muitas vezes só retornas ao mesmo sitio, e tens mais do mesmo, as mesmas imagens, os mesmos medos, os mesmo fantasmas, decididamente o mesmo SUFOCO!
SUFOCO esse que te impede de decidir para onde darás o teu passo; isto quando te encontras num momento de sorriso intenso, e lá vêm (decididamente fazer este "ê"  é algo que que me irrita, mas depois de 50 tentativas, eis que sai o bichano) a mesma nuvem pra escurecer os teus dias.

Perco-me durante anos construindo um uniforme de defesa, construindo paredes há minha volta, na tentativa de me resguardar de tudo o que possivelmente poderá por o meu olhar por debaixo da pele dos meus pés, alagando os mesmos com águas em tons de vermelho.
Procuro até vestir o uniforme na tentativa de esconder cicatrizes que um dia me fizeram navegar por um mundo de escuridão imensa.
Por vezes até consigo tudo isto durante imenso tempo, e vivo caminhando ao sabor do vento, sem olhar a nada e sem nada me olhar.
Mas passado muito tempo sempre me pergunto, PARA QUE?
Porque passamos anos construindo coisas, que julgamos tão resistentes quanto um frio rochedo??...
Se tempo depois te deparas com seres que com um leve sopro ou o deslizar suave de um dedo tudo fazem desmoronar, e quando tu pensas que todo este tempo depois te tornas-te mais forte...
Ficas como que nu, indefeso sem tais proteções que julgavas resistentes.
 Quando abres os olhos-te vês um risco em circulo no solo e tu  bem no centro, em frente de ti tens um sol espreitando e com um raio tentando iluminar-te, e quando olhas atrás de ti tens a mesma, nuvem de escuro gélido e medonho, tentando alcançar-te.
E tu pálido no centro do circulo, sem ideias, sem atitudes, sem sonhos ou pensamentos...
Almejas o sol, queres-o para ti, viver o ser calor, sentir o seu raio afagando-te o rosto, queres caminhar na sua luz...
Sonhas viver o mesmo que vives-te enquanto levemente as tuas paredes era destruidas, momentos que nem notas-te, que te reconstruiram no mais belo silencio de escutar palavras mágicas vindas de um planeta esquecido.
Onde habita um vento que de mansinho fala palavras doces no teu ouvido, onde o sol te embala rumo ao mar e ás suas águas limpidas e puras, nas quais o teu rosto se afunda e vê um ranescer de dias novos, e tão mais belo.
Tão mais puros e delicados, tão mais verdadeiros!

Por outro lado está a nuvem, e consigo trás o medo, o medo.
O medo que tudo seja igual, que tudo seja da mesma forma!
E aqui vêm aquela sensação do passado, aquela sombra!
Que te faz não decidir, nada em frente nem atrás...
Deixando-te num impasse louco, dias sem fim, gaguejando para ti próprio sem palavras ou com medos de as pronunciar!  

Tempos de frases em círculos que não abandonam o seu progenitor, tempos de sorrisos seguidos de lágrimas, por algo que não se têm, e por incrivél que pareça sabemos que nunca vamos ter, pois foi feito pra muito mais que nós, merece muito mais!

Tempos de palavras que sufocam, dando um nó na garganta, trazendo consigo  um silêncio mudo que grita por dentro.

Tempos em que só queria dar um passinho, rumo ao que fosse o meu destino!
Mundos mudos que gritam em silêncio!




Agora deixo um cumprimento aqueles que
me criticavam "no bom sentido" 
por não escrever por aqui há tempos.
Pois bem meus amigos, disfrutem.
Certamente não era o tipo de escrita que esperavam, 
temos pena!
Este é o meu momento.
namasté
Gil Santos
19-5-13  

  
 

  
   


sábado, 18 de maio de 2013

fragmentos

Fragmentos sobre mim...
Sou de fácil comoção, na verdade até uma pedra de formato estranho,
por vezes produz-me  sentimentos!
Por vezes até acho que tenho um parafuso a menos,
ou um coração a mais!
Posso parar para observar a mesma flor que já vi diversas vezes,
só porque naquele dia ela me parece ainda mais bela!
Ou posso passar horas na janela olhando o sol se pôr,
quando tenho imensas tarefas para fazer!
É sempre assim, um passeio torna-se uma obra de arte,
para mim!
Quem vem comigo já me conhece, paro a cada minuto,
emociono-me com montanhas!
E o dia de sol enlouquece-me...
tal como a chuva me renova, no começo até não gosto,
mas depois acostumo-me!
Eu fico ali parado olhando as nuvens e imaginando personagens,
enquanto quem está ao meu lado me ajuda a escrever,
a minha própria história!

sombras...



O olhar vazio e o coração pálido
Eu juro, eu sei, mas só consigo fingir, que não sei
Aprendi a ficar seco e só
A mão ausente tira a emoção
Não tenho mais nenhuma devoção
Nem a famosa afeição
E quando consigo quase o que quero
Já não consigo mais continuar, vêm o medo

E tudo me corta

Jorrando sobre um tapete em silêncio

Afoga o meu sonho

Num imenso mar onde o sangue
Escorre e escurecendo a imagem

Se mistura com água

Nele mergulho e me afundo


Afogando as cicatrizes

Só quero sonhar, só quero viver

Dar mais um passo
Conhecer
Sorrir e resgatar o meu pequeno mundo!

18-5-2013