segunda-feira, 20 de outubro de 2014

quatro paredes, um abraço, uma fotografia...

Uma explosão indivisível de sentimentos perpassa o meu corpo à medida que o dia passa. Uma sensação melíflua que encarcera os meus sentimentos numa prisão de saudade. 
Provoca inúmeros efeitos colaterais. 
Continuo nesta viajem sem volta ao infinito. 
Uma interiorização exteriorizada que busca respostas para as dores mundanas através do amor. 
Cai no penhasco sentimental e descobri o que há lá no fundo. 
E aqui o meu corpo fatalmente encontra-se com o chão esburacado, repleto de pedrinhas pontiagudas que me ferem no exato momento da queda. 
É assim quando se cai dos braços do corpo amado e se exclama o êxtase divino que nunca me solta; pois tal tropeço é mais dolorido do que qualquer outro, dilacera não só o meu corpo, alma e espírito, mas também o meu coração. 
Tal sentimento que aguça a curiosidade e satisfaz a fome de prazer é uma droga da qual sou perdidamente viciado. 
Não há outra definição para o amor senão esta, aquelas pequenas coisas.
Mesmo quanto morno, traz o calor do outro corpo; mesmo quando selvagem, traz a calmaria de um barco à vela. É tão contraditório que faz sentido, tão impressionante que torna a vida diferente, um toque de sabor especial. 
Está além dos meus controles, é algo tão instintivo que só poderia ser humano, tão forte que só poderia ser parte da vida; na verdade, sentir alguém dentro de nós é apenas um gostinho da imensidão universal que é um amor verdadeiro. 
Os teus olhos, a tua boca, essas curvas, tudo em ti forma o conjunto perfeito que me faz perder os sentidos. 
Beijar a boca, ir tirando a roupa ainda provocam instintos insanos em mim como se fosse a primeira vez, gemidos, sussurros, respirações alteradas ecoam na minha mente sempre que recordo daquela noite fria em que só o calor dos nossos corpos juntos me bastava. 
E cada vez que amanhece o raiar do sol traz junto a si a lembrança do teu sorriso que segue iluminando os meus dias. 
Agradeço há vida por os meus melhores momentos terem sido contigo.

Vejo a tua imagem em todas as minhas paredes. 
O teu gosto ficou na minha alma, o teu cheiro nas minhas almofadas e até hoje, sim hoje mesmo, vejo o teu caminhar. 
Aqui, ficou mais frio e o lá fora um pouco mais cinza, o meu andar mais lento com uma realidade mais profunda e dolorosa. 
Já não sinto o açúcar das coisas e nem vejo as flores, não há mais o que me alegre nisso. 
E eu, que era, tão cheio de certezas, agora vivo em duvidas, dividas da vida, tenho até a dúvida de se algum dia vou cruzar contigo na mesma rua.
Haverá um lugar, um confuso casarão onde os sonhos serão reais e a vida não, por ali reinaria o meu amor com os seus risos, os seus ais, a sua tez e uma cama onde à noite, sonhasse comigo?!
Amo-te porque tu me provocas a taquicardia mais linda de sentir, e porque tu me roubas a respiração a cada vez que me olhas ou penso em ti, amo-te porque tu viras poesia frenética na minha corrente sanguínea, e porque aos teus cuidados eu me torno uma criança, nos teus braços sou homem, no teu amor eu sou eterno, e a teu lado eu sou felicidade.
E aqui entre quatro paredes, abraço a tua fotografia...

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