quinta-feira, 16 de outubro de 2014

alma...

Se alguém por este mundo encontrar a minha alma, que não a trate mal, por amor ela se perdeu, e o corpo onde viveu afogou-se em sangue sem cor...mas foi pura enquanto permaneceu!
É apenas um papel negro com tinta branca, ou sem tinta, o meu olhar.
Rumo a um túnel que não tem luz, escuro, morto, envolto num ponto preto,
encosto-me no travesseiro, longe do que sempre fui,
olho o teto, vejo as escritas que escrevi,
escritas tortas em linhas tracejadas...
Vou assim fugindo de mim.
Os choros não chorados, palavras não faladas, a vida não vivida, 
saudades do passado, medo do futuro, caos...
nojo de mim, gritos, olhares, sonhos, musicas, lugares...
tudo menos, silêncio.
Por vezes sinto-me um pássaro de asas partidas, que agora não voa, como sempre fez...
Atracado na lama, jogado ao chão...
Asas quebradas.
Palavras, frases, poesias, gritos mudos, lágrimas, olhares perdidos, respirar profundo... são apenas uma pequena demonstração da alma.
Os olhos vazios, visões de mil faces, mil semblantes vagos, vazios.
Sinto falta da cor da tua rua, dos traços assimétricos dos teus sorrisos, sinto falta do cheiro da tua alma.
Hoje, tal como ontem, acordei com o teu gosto e a lembrança do teu rosto…

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