sexta-feira, 22 de agosto de 2014

terça-feira, 12 de agosto de 2014

livros...

Durante todo este tempo escrevo o teu nome nas paredes do meu corpo, do coração ao pensamento, no ar que respiro, em toda a minha existência, tu fazes parte.
Ergo os copos, transbordam carinho, aos cantos da tua boca, num brinde ao brilho do teu olhar. 
As flores sorriem, a lua ilumina-me através do meu teto sem telhado que tu levemente quebras-te, no meu céu tu danças sobre as estrelas, e eu, eu aprecio, é lindo. 
Beijo o teu rosto nos meus pensamentos, enquanto dormes.
E agora sem o tecido bordado dos teus lábios, apertei os meus lençóis nos quais me envolvo, sem o teu corpo ao lado do meu. 
Nas tardes chuvosas, adormeço sem a tua cabeça sobre o meu peito, sem a tua perna esquecida sobre mim. 
Durante todo este tempo, sonho, sem te ver dançar pelos corredores.
Nas madrugadas que acordo sozinho, espalho cartazes com a tua fotografia, nos cantos e recantos do meu quarto vazio.
Ás vezes choro por cada um dos meus pedaços espalhados pelo chão.
Sufocando no plano terrestre, a minha alma grita...quero-te comigo.
Vale nesta vida inteira alguns minutos que tive contigo.
Acabo me afogando nas minhas próprias esperanças,
sem saber quais as cicatrizes e as transcrições que me assolam o coração.
O meu muro está destruído, a minha alma sangra
e eu não consigo entender a vida pela metade.
Não há máscara que aguente o peso de uma vida metade, não há lágrima que traduza a saudade, não há quando é sentido de verdade.
Às vezes no silêncio da noite eu fico imaginando nós os dois, fico ali sonhando acordado,
juntando o antes, o agora e o depois.
Tenho até a mania de ao acordar jogar o braço para o lado da cama na esperança de te encontrar ali.
Cada vez que amanhece o raiar do sol traz com ele a lembrança do teu sorriso que segue iluminando os meus dias.
Saudades dos nossos momentos... 
Saudades do teu sorriso quando falas algo engraçado...
Saudades do nosso primeiro beijo e do último também...
Saudades das tuas mãos nas minhas...
Saudades dos meus braços à procura dos teus e dos teus braços procurando os meus.
Saudades dos planos que fizemos...
Saudades da nossa música que hoje toca para me fazer sentir mais saudades. 
Saudades de ti ao meu lado, tenho saudades da tua presença em mim mesmo. 
Saudades da nossa história... 
Saudades de dizer “amo-te para sempre”... 
Saudades de estar contigo, simplesmente por estar. 
Saudades da tua voz, do teu carinho, da tua paixão, do teu desejo, das tuas loucuras, da tua inteligência, do teu talento. 
Saudades de ti...

E é por tudo o que és e fazes sentir que vivo sentindo saudades... 
Saudades de mim, de ti, saudades de nós...
Saudades de momentos que ainda não vivi.
Há uma música que eu gostaria de ouvir abraçado a ti,
Sem me importar com a voz de quem canta,
Sem me importar com o clima,
Sem me importar se o sofá magoa as minhas costas,

Sem me importar se vou acordar amanhã,
Há uma música que eu gostaria de ouvir abraçado a ti,
É o som da vida: o teu coração e o meu, juntos, sempre.
Porque, VIDA...
Os teus olhos são os meus livros.

ilusão na janela...

Hoje ao anoitecer tinha algumas lembranças sobre o meu pensamento, enquanto o vazio da luz inundava o meu quarto. 
Vou lá fora e acendo um cigarro, olho a lua e com ela a doce ilusão, de te ter aqui, não passa disso.
Resumo-me a uma tentativa ineficaz de dissimular o meu pensamento. 
As minhas mãos estão vazias, esperando que as tuas as preencham, num sonho que o tempo mostra que não passa de ilusão, nos meus dedos aperto o cigarro, que solta fumo e cinza de algo que já teve forma.
Escutei o barulho da noite, e o barulho da porta com os meus olhos no chão. 
Volto a casa, e enquanto entro os meus olhos acompanham os movimentos dos meus pés. 
Deito-me sobre a cama, sinto assim a brisa da noite sobre o meu corpo nu e frágil que me convida a refazer todos os momentos externos e internos que contigo vive e viveu, ilusão, não passa disso, o tempo vai mostrando isso ao longo do caminho, que simplesmente não caminha, parou. 
Sinto aqui a saudade de qualquer gesto teu. 
Enquanto a noite se torna fria e gélida, desabo eu num todo que se afoga, eu nem vejo as cores dos meus olhos. 
Sinto o ar que passa dentro de mim entre o instante breve de silêncio e aquela feição peculiar que só tu fazes sentir. Antes, eu só abria os meus olhos, mas contigo eu aprendi a ver. 
E agora tudo é uma ilusão, não passa disso, o tempo mostra-o, o caminho não se faz aos nossos pés. Somente em círculos.
Hoje eu só quero preencher o vazio da minha cama, com o meu corpo só, e me proteger do frio. 
Que o meu corpo seja apenas algo que dorme, sem vontade de acordar, aquela mania instigante de adormecer sem dormir. 
Ouço até a noite que entra pela janela, ouço os seus passos, o barulho do corpo e o líquido que navega pelas minhas veias. 
Enquanto eu morro, tu abres um livro e lês. 
Mas no entanto o momento passa, e ninguém esteve ali, porque eu não sinto, sinto somente o meu respirar. 
Ás vezes sinto-me assim, outrora penso no teu cheiro, mas não passa disso, ilusão.
Eu, não tenho amor.
Porque a cada passo que não se dá, eu me desfaço, e disfarço entre sorrisos o principio do meu fim.
E assim vou de mim mesmo, flutuando a esmo!
E depois de tantas ideias e princípios, vem o vazio, e trás consigo a sede.
Ilusão, não passa disso.
Na minha loucura.
E aqui a solidão é quem me segura, e o que vem depois das juras?
Vou eu demolir a janela, mas não transpasso, sinto os vidros na pele, vou até caminhando. Alguns cortam-me a sola dos pés, outros porém cortam-me por dentro.
Por que será que todas as palavras, promessas, ideias ou sonhos, não caminham?
Respostas em fuga...a noite continua...
Ilusão...sonho...