quinta-feira, 6 de novembro de 2014

tudo passa, a vida também...

Há quem diga que tudo passa, eu sempre discordei, hoje concordo...
A vida passa, o vento passa, tudo passa e eu nem sinto o que passa.
O sono não existe ou é a espaços e a mente nem descansa.
Tantos sonhos, que do sonho ao acordar são minutos...
Hoje é mais um dia, mais um dia como tantos outros, tantos que já lhe perdi a conta...
É mais um em que as lágrimas me escorrem pelo rosto, as dores me cortam por dentro,
e já nem tenho força para nada, a força não existe, e não consigo, não consigo saber sequer onde estou.
Hoje tal como nos últimos tantos dias, preciso chorar, o nó na garganta aperta e a vida não existe.
Sinto-me como uma folha da árvore, uma folha seca que o vento arrancou e jogou ao chão,
e agora pelo chão é também empurrada pelo vento a uma velocidade alucinante, tão rápido que nem sente as pedras da calçada onde espanca o seu corpo contraída pela sola dos sapatos de estranhos que entoam os seus ouvidos, barulhos sem sentido.
O sangue escorre de mim a cada segundo, e nada faz sentido.
Onde estou eu? Quem sou eu? O que é a vida?
Um balão que enche e está prestes a rebentar.
Farto de mim, farto do ar, farto dos dias, das noites, farto de tudo...nada faz sentido.
Não há asas para voar, as penas queimaram no fogo imenso da dor, e nem pelos pés consigo caminhar, o solo está cheio de cacos de vidro, quem mesmo sem me mover me cortam a pele e fazem doer por dentro, como se os absorve-se pela minha garganta sentido-os passar pelo interior do meu corpo.
Hoje pesquisava algumas das minhas músicas, na tentativa de actualizar a minha pen de música, mas a minha música tem a tua presença, o teu olhar, o teu cheiro, a tua presença, o teu sorriso, e o teu amor e carinho.
Tudo na minha vida tem a tua presença, e sem ti, nada faz sentido.
Dói tanto não te ter, não te ver, não te sentir, não sorrir contigo...
Apetece-me desaparecer...
Desaparecer do mundo...
Desaparecer da vida...
Pegar na mala com pouca coisa lá dentro, e desaparecer...
Virar costas a tudo, tudo...
Sozinho num lugar qualquer sem nada nem ninguém desta vida...
Preciso desaparecer de onde já nem sequer estou...
Eu já não estou neste lugar, neste corpo, nesta vida, neste quarto, neste mundo, em mim.
Acho que precisava fazer o mesmo que o meu tio.
Farto de tudo.

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