domingo, 6 de julho de 2014

Ás vezes até tento procurar palavras que não me lembrem de ti.
Em vão. 
Pois, estás sempre presente!
Os meus olhos guardam a tristeza, de não te ter aqui, uma lágrima acumula-se nas suas pálperas, e eu não consigo esconder. 
Todos observam, todos riem, e eu rio também, só ninguém vê o que se passa em mim. 
Eu que nunca vivi isto, eu que sempre soube dizer muita coisa sobre amor, mas nunca o tinha vivido. 
A cada palavra que eu penso, imagino, o vão aperta-me. 
Não é a primeira vez, mas quero que seja a ultima, é de  longe a que eu mais quero que fique, a que é diferente, a que é vida.
E aqui por estas teclas que tanto me conhecem, vou traduzindo o que és para mim, na impossibilidade de o fazer em actos, sonho em vida. 
Os teus olhos conseguiram ancorar nos pontos mais íntimos dos meus. 
Tu chegas-te a lugares e fraquezas que eu sempre protegi pela frequente falta de encaixe, de verdade, de ser especial. 
E tu, tu, nem te esforças-te, simplesmente, achas-te o meu ser, a minha essência, com toques leves como o toque de uma pena.
Procurando palavras que me calem e que me aquietem, a vontade de querer estar, querer ser, de te fazer feliz. 
Mas não consigo achar. 
Eu já tive que aprender sozinho a voltar para mim mesmo, como um escombro, um retalho, um traço de abandono, tive que aprender a reconstruir-me. 
Mas a falta do teu sorriso, do teu olhar, da tua presença, doí.
A culpa não é tua, fica calma. 
Eu nunca atribuiria a a ti os meus pesares.
Hoje pensei na tua ausência, na minha ausência em ti, na nossa ausência em nós. 
Hoje, ontem, amanhã, sempre...eu não estarei tão presente nos teus dias, não poderei te acordar e gritar sobre o meu amor aos quatro cantos do mundo e descobrir novas galáxias para te amar. 
Não, eu sei que não. 
Não terei poesia, no teu sorriso, na tua presença. 
Serei só a saudade. 
Eu não sei sentir aos poucos, viver pela metade, e as minhas palavras acompanham a minha vontade.
Na verdade, só queria contar-te que eu vou guardar comigo os teus traços para sempre, aqueles traços que memorizo quando te toco e fecho os olhos ( lembras? ) , sem contar quantos séculos o meu eterno suporta. 
Guardarei o teu sorriso, a tua graça, a tua voz que me acalentou e curou. 
Sim, tu fizes-te de mim melhor pessoa, e expandis-te infinitos em mim. 
Penso o quão urgente é a vida, que te trouxe num acaso intraduzível e me fez crescer, faz-me ser grande e ainda ser um grão de nada no universo.
Vou guardar-te comigo, porque nenhuma palavra triste o teu nome traduz.
Talvez sejam mais umas, ou as últimas palavras que combino para ti, que o destino não o queira. 
Eu nunca sei, falta-me perceber. 
Tu que fizes-te paz em mim, e agora eu tenho saudade.
Cada parte tua que eu pude ver, todas as partes que eu descobri, ficam pintado na eternidade.




No mais, eu sei que a felicidade e a paz nos atingirá e depois, cresceremos juntos.
Só para constar: se precisares de dois dedos de atenção, um de carinho, e outro aconchego, as minhas mãos sempre estarão aqui para ti, e o meu amor por ti, de alguma forma, ficará eternizado em mim.
Porque ás vezes eu te chamo de borboleta, um ser até pequeno, no seu tamanho, mas tu és imensidão em mim.
Saudade, dedos vazios.

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