talvez um desabafo daquilo que foi o dia...
Um dia estranho, confesso, confesso que hoje apetece-me chorar, aliás as lágrimas têm sido presença constante nas minhas pálpebras hoje, hoje foi um dia em que tive que fazer uma força imensa para não chorar.
Mas depois, depois chega a noite, e acendo um cigarro, e, e entre o fumo de um e outro, desvaneço em lágrimas.
Fui então visitar o meu carro no seu médico, caminha então para o regresso, um companheiro que me ouve e me vê de todas as formas que eu sou e que nunca me abandona, está doentinho mas já caminha para o regresso.
Hoje a única coisa que me apetece é deitar no sofá, ou noutro sitio qualquer e deixar a vida passar, sem me tocar.
A musica de hoje tem sido a mesma de ontem, nem sei porque, só sei que não me apeteceu outra, embora agora o tenha feito.
Mente em ebulição, e uma data de ???????.
Há dias disseram-me que desejam o meu respirar livre e feliz, bem poderia eu pegar nessas palavras e dizer: É fácil?..Se é, porque não respiras tu assim há anos?!
Disseram-me para ser eu, para falar e me abrir sendo eu...e tu, porque não fazes?
Sinceridade, como dizias?!
Porque eu?!
Eu que durante todos estes anos fui sincero com todos, ajudei todos, dei tudo de mim,
é isto que eu merecia de ti, de ti?
Pergunto-me quantos anos vão passar para nos cruzarmos na rua ou noutro lugar, olhar nos olhos um do outro e de seguida baixar o olhar para o chão.
E na mente um pensamento, de um dia até hoje o que vivemos nós de valor?..e que o nós poderia ter vivido?..ao invés, jogamos ao lixo todo o único que tínhamos.
Este foi o auge da minha vida, os sorrisos sem motivo, as brincadeiras, os silêncios que tanto falavam, a cumplicidade, o
perceber o outro só com o olhar, a igualdade, , a simplicidade, a naturalidade, a troca de carinhos e compreensão, os abraços, músicas, beijos, o fazer amor, todo este único e muito mais, o deixar de mim para ti, e o deixares de ti para mim...e tanto, tanto mais...almas gémeas, como dizias...
A tua falta dói mais do que tudo na vida...
Há dias que esqueço que me esqueci de mim, e é nesses dias que a saudade dói mais ainda...
Pudera ter aqui o teu abraço e dar-te conforto, fazer-te feliz, o que sempre desejei...
O que fazer?
O que fazer quando os poros se cobrem na saudade nítida de um abraço, de um toque..
A boca sente o gosto do beijo a kms de distância como o gatilho de uma lembrança.
O que fazer quando se sente o peito estilhaçar na impossibilidade de te encontrar?
As lembranças e os planos, o que vivemos, tudo cobre os meus dias sombrios.
O maior presente que poderia ter neste momento era ter-te presente, participando no meu dia a dia...
Faço de tudo para te trazer para perto, na tentativa desesperada de abafar esta saudade que me tortura a cada minuto.
O que fazer com o copo vazio a mais que coloquei na mesa?
O que fazer com a cadeira vazia do restaurante, que mantenho próxima?
O que fazer com minha mão vazia estendida ao nada sonhando com o teu toque?
E com a manhã vazia, despertando do sonho de ter os teus carinhos como café da manhã...
O que fazer com este incêndio em toda a extensão do meu corpo, nestas noites frias, vazias e intermináveis, se cada pedaço de mim grita o teu nome?
E aqui sinto de novo o teu beijo agora...
Como viver sem a metade de mim?
E agora vou deitar-me no sofá, sem ir á cama, que está a um metro e parece a quilómetros.
Vou olhar o teto, nele vejo a tua fotografia e...
pensamentos em rodapé...
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