sexta-feira, 27 de junho de 2014

Há dias que não consigo dizer uma palavra,
e o silêncio fala por mim.
Só quero ficar no meu canto calado,
deixando o silêncio agir por mim....
A bravura do silêncio fortalece a minha alma,
mostrando o caminho que devo seguir....
Sento-me na areia fria e olho tranquilamente o horizonte...
Em cada onda num novo sentido ruma o meu pensamento.
É aqui que me compreendo que me desabafo que me encontro e me perco, mas acima de tudo que me redimo a mim mesmo e á minha existência...O grande oceano tem esse poder, comanda os nossos sentidos e empurra-nos para decisões tantas vezes adiadas por, sei lá...por um sentimento de ...!
Amanha será um novo dia, guardarei coisas em mim...mas acordarei ansioso por experimentar talvez o sabor do primeiro dia do resto da minha vida...talvez o sabor do ultimo dia do resto da minha vida, talvez o sabor de um dia a mais que outro na minha vida .
Há alturas em que temos de deixar voar...
Quando era criança costumava apanhar borboletas com as mãos. 
Segurava-as com todo o cuidado, mas mesmo assim as suas asas ficavam presas aos meus dedos, e a borboleta não conseguia voltar a voar. 
Parei, então, de segurar borboletas com as mãos, mas sempre que as vejo fico a pensar na coragem das borboletas. 
Voar para tão longe com asas tão delicadas. 
Acho que é assim o destino...de quem tem asas delicadas.

Hoje, nada quero escrever, irei dedicar-me aos meus silêncios. Os meus silêncios há tempos não os ouço.
Preciso toca-los, senti-los, afaga-los.
Ficamos a sós,deitados sobre as horas, sobre o tempo, sobre a alma, sobre a vida, num lugar onde nem o vento consiga nos escutar...

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Planeta mirabolante, Planeta de sonho...

Algures no universo da fantasia, existe um planeta mirabolante!
Onde se avistam pela noite, estrelas e pequenas luas imaginárias,
como que se no céu estivessem bordadas!
Pela manhã o sol floresce em forma de visão de sonho, 
imagem magistral, rompe a brisa matinal!
Levando todos os seres que neste planeta habitam, a acordar!
Rasgar de olhos, suave e lento, sem vontade.
Luz forte e estonteante, que faz acordar quase sem visão, 
e até um acordar meio resmungão!
Breve momento...
O clarear do sol, como um jorrar de água em pedra mole...
Proporciona uma respiração anelante, um respirar calmo e sereno,
paixão que move o ânimo.

Coçando os olhos meio ensonados, vão saindo do leito, 
primeiro as Borboletas.
Voando de flor em flor, encostando os seus lábios no aveludado pólen,
Como se o beijassem com carinho.
Fazem flutuar  pelo ar, perfumes doces e naturais que  provém de uma mistura de néctares de várias flores!
Aliando a este refinado odor, o barulho leve de asas delicadas e sedosas, 
que fazem o seu corpo planar sobre os campos.
Todos estes perfumes e barulhos, fazem acordar de seguida outros animais...
os Pandas!
Animais gordinhos, malabaristas de sorriso no olhar!
Com gestos amorosos comunicam entre si, rebolam em tom de brincadeira.
Mostram a boa disposição que sempre têm em sua posse.
Causam um estremecer no solo, acordando os Esquilos.
Animais saltitantes e roedores, trepam de árvore em árvore, mascando nozes como pequeno almoço!
Formando um ruído ensurcedor, que de nozes que se quebram entre dentes provêm.
Ruído ensurcedor que acordar toda a comunidade de Elfos, 
habitantes deste planeta mirabolante.
Elfos, seres de pureza!
Seres, de energia e ligados há natureza; 
Repletos de humildade;
Puros no amor e na amizade.

Entre todos eles existe um que é especial...
Um jovem Elfo...
Anayr, de seu nome!

Anayr, um Elfo único, sem igual...
Aventureiro, dotado de bondade e sabedoria, 
um ser justo e divertido!
Anayr amigo de todos os animais e plantas, 
trazia pendurado ao seu pescoço um amuleto como que tatuado.
Símbolo do Sol, da Lua e das estrelas.
Tinha nascido já com essa marca, esse amuleto.
Derivado a isso todos os outros Elfos o viam, como um Deus da sua comunidade.
E também porque Anayr era o único de todos eles que tinha o dom de conseguir comunicar,
com as estrelas, com o sol e a lua, plantas e animais.
Mas, Anayr queria mais do que isso!
Queria ser o protector de toda a sua comunidade, 
de todos os animais, de toda a natureza!
Protector de todo o seu planeta!
Pois nem tudo o seu planeta tinha de perfeito!
Neste mesmo mirabolante planeta habitavam, monstros sanguinários, 
que destruíam todas as árvores do planeta.
Eram espíritos que ganhavam forma real, provinham seres que milhões de anos atrás,
tinham habitado aquele planeta.
Muito antes da comunidade de Elfos por ali existir.
Abandonaram um planeta devastado, sem vida, subúrbios de pó e árvores mortas.
Foi este planeta escuro e morto que os Elfos encontraram!
Longos anos, centenas de anos, milhares de anos, passaram...
mas, com imenso trabalho, esforço e dedicação, um novo mundo foi erguido!
um mundo de ar purificado, de animais que sorriam, com flores que perfumavam, 
com o céu bordado de estrelas, sol e luas pequenas.
Mundo de cor, com um arco-íris a cada esquina de árvore.


Depois de todo este trabalho, e de todo este mundo fantástico construído...
voltaram a ele os monstros sanguinários!
Monstros de pêlo até ao joelho, parecendo até que vestiam calças arregaçadas!
Tinham unhas enroladas, e dentes pontiagudos.
Estes monstros mordiam as plantas sugando toda a sua seiva,
e deixando-as sem ar, sem cor, sem vida!
Anayr, um Elfo que todos os seres ajudava, desejava alcançar a sabedoria.
A sabedoria de proteger o seu planeta!
E com isso todos os seres ajudar.
Anayr só tinha revelado este seu segredo a três amigos...
Contou a Iryen, sua amiga,sua amada e futura noiva!
Ambos tinham um pelo outro um AMOR puro, de uma cumplicidade enorme.
Tal amor era fascinante, pois mesmo de longe, sem se avistarem...
os seus pensamentos trocavam carinhos, como se ligados estivessem.
Abraçavam-se, trocando caricias em toques serenos e imaginários,
lágrimas escorriam pelo rosto...
Mas não lágrimas de sofrimento, e sim lágrimas de felicidade!
Saiam pelos olhos sem licença pedir, deslizando pelo rosto como se o beijassem, 
aninhavam-se nos lábios por fim.
Recordavam o sabor de tais lábios a um e outro.

Anayr, contou também o seu desejo a João Ratão, um ratinho seu amigo desde que nascera!
João Ratão, era um rato cinza leve, rebelde em excesso, 
que corria e saltava entre os campos de lírios, pedras, lagos e árvores!
João Ratão, ratinho saltitão, também tinha outro senão,  tudo o que dizia,
terminava em "ão".

Anayr, revelou também o seu desejo a Seda, um lírio que nasceu no chão do seu quarto!
No mesmo dia que Anayr, nascera!
Desde esse dia que Seda, perfumava as noites, tardes e dias, e o acordar de Anayr.
Era também a Seda que Anayr, confessava as suas alegrias, e as suas tristezas.
Os seus medos, os seus sonhos e as suas ambições.

Certa noite!
Noite de celebração, noite de festa!
Noite de São João!
Toda a comunidade de Elfos, comemorava com grandes banquetes e música.
Os Elfos cantavam, dançavam, riam, comiam e bebiam!
Mas, Anayr estava ausente da festa, encontrava-se na floresta, mas não muito longe!
Na sua companhia estava Iryen, estavam perto da maior árvore da floresta, 
a chamada "árvore da humildade", assim era apelidada por todos.
Anayr e Iryen observavam o céu, não havia lua.
Falavam do amor e carinho que nutriam um pelo outro, e do quanto belo era o seu planeta.
Trocavam carinhos, entre soluços longos e quentes, abraçavam-se mutuamente.
É então que do interior da floresta surgem vários monstros sanguinários, que sem pudor algum, 
atacam a árvore da humildade.
Iryen tenta proteger a árvore, 
mas com uma pancada grosseira da cauda de um dos monstros é afastada para bem longe.
A árvore da humildade aos poucos ia morrendo, entre as unhas e dentes dos monstros,
jorrava sangue e dor.
Anyr rodeado por um outro grupo de monstros, tenta combate-los, mas sem sucesso algum!
Angustiado e triste, com a visão da sua árvore a morrer, bem latente no seu pensamento, ajoelha-se...
chorando, triste, como se estivesse morrendo por dentro.
Coloca as mãos sobre a sua tatuagem "amuleto", que consigo nascera.
Breves segundos depois, uma luz em forma de arco-íris vinda do céu, cai sobre si.
A mesma luz ilumina todo o planeta, mostrando a todas as plantas e animais, o perigo que Anyr corria.
Dá-se então uma união de árvores e flores, resumindo, todas as plantas!
Unem-se também todos os animais, e todos juntos, animais e plantas correm em socorro de Anayr.
A eles se junta toda a comunidade de Elfos, e todos combatem os monstros.
Depois de ver todos os seus amigos em combate, Anayr ergue-se...
pega na luz em forma de arco-íris e lança-a na direcção de cada monstro sanguinário!
Reduzindo-os  a cinzas, e salvando os seus amigos e o seu planeta, e colocando um final a tal batalha, 
fazendo desaparecer os monstros, para sempre.
De seguida, em redor de Anayr, ajoelharam-se todas as plantas,
animais e todos os Elfos...
Iryen que desmaiara, junta-se a Anayr no centro de todos!
Anayr apela a todos que se ergam, e continuem a festa, e todos atendem ao o seu pedido.
Anayr alcançara assim o que tanto ambicionava, a sabedoria de proteger o seu planeta, por meio da sua bondade,
pois além dos seus poderes a união de todos foi determinante na batalha.
E todos se tinha juntado derivado há sua bondade para com eles!
Quando Anayr e Iryen se deslocam para se juntarem há festa...
todas as árvores se unem e formam uma passadeira, até ao centro da festa.
No seu final e no centro da festa, encontrava-se um altar, constrúido por todas as flores, 
existentes no seu planeta.
No cimo do altar, encontrava-se Seda, transformado numa divinal bancada matrimonial!
Atrás de si estava João Ratão.
João Ratão, ratinho saltitão vestia-se como um padre!
Tudo convidava o casamento de Anayr e Iryen, e estes acatam a tal pedido...e caminham até ao altar.
Depois de todo o discurso de casório, feito por João Ratão que diz "casamentão"!
Seda coloca as alianças, 
feitas de raminhos de cor verde bem vivo e flores lilás, que dos seus braços tinha sido colhidas.

Chega então a hora do tão aclamado, beijo que sela o acto.
Os lábios de Anayr e Iryen tocam-se e de súbito a árvore da humildade, 
que havia morrido entre unhas e dentes de monstros sanguinários, volta há vida, ressuscita!
E tão verde como numa tinha estado antes.
O céu fica composto pelas tão famosas estrelas, sol e luas pequenas e o planeta é sobrevoado,
por um numero sem fim de arco-íris, que nascem em Elfos e terminam em cada flor.
Pelo ar vagueia um perfume de amor!


Gil Santos
22/10/2013

Baseado no tópicos fornecidos, pelas prof:Rute Ferro

"Planeta Mirabolante...
Noite de S.João...
Um jovem aventureiro...
Desejo do herói...
Monstros sanguinários...
Vitória por meio da sua bondade..."